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Cine Cult e Documentários

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Mensagem  AriBL Seg Jun 13, 2011 7:25 am

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Cine Cult e Documentários Empty Quebrando o Tabu

Mensagem  AriBL Seg Jun 13, 2011 7:42 am

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Documentário sobre o problema das drogas e da violência causada pelo tráfico não são novidade na cinegrafia brasileira. Mas nunca antes na história deste país um ex-presidente foi para frente das câmeras para discutir sobre a legalização de entorpecentes. No longa Quebrando o Tabu, do diretor Fernando Grostein Andrade, Fernando Henrique Cardoso é o âncora que guia o relato da falência da guerra às drogas nos Estados Unidos. O filme busca, em diferentes lugares do mundo, opiniões e propostas para diminuir o sofrimento das famílias e dos usuários de drogas, sem recorrer a medidas extremas, como a prisão. Entre os entrevistados está Bill Clinton, Jimmy Carter, Paulo Coelho e Drauzio Varella – além de FHC.
Direção: Fernando Grostein Andrade
Gênero: Documentário
Duração: 74 minutos
Participação: Fernando Henrique Cardoso, Bill Clinton, Jimmy Carter, Drauzio Varella, Paulo Coelho


AriBL: Depois de uma longa espera, finalmente pude voltar ao circuito de rua de Sampa. Que saudade do cinema da região da Paulista numa noite de sábado! Não sei se as coisas estão mudadas mesmo, ou se era o frio, mas olhando pra galera percebi uma certa evolução comportamental. Naquela região há de tudo. Plaboys, casais de namorados, bicho-grilos, intelectuais, homossexuais e muitos gringos, todos das mais diferentes idades e numa convivência absolutamente normal. Parecia Europa! Só que com o jeitão barulhento e alegre do brasileiro... Gostei do que vi.

Esse é o famoso documentário que o Luciano Huck bancou e que tem como "ator" principal nosso ex-presidente FHC. Que o cara é inteligente e conhecedor de cultura, todo mundo sabe e o filme se aproveita deste conteúdo para engrenar.

Como filme é muito bem realizado. Esqueça os problemas de não se conseguir ouvir o que se diz, pois o som é tecnicamente perfeito (claro, excetuando-se algumas situações como quando se é gravado na rua, ou no improviso, típicos de documentários). Ainda temos diversos ex-presidentes e representantes de países relevantes, como Bill Clinton e outros que agora não vale a pena se matar para lembrar, mas vale dizer que são de locais como Holanda, Portugal, Suiça, México...

E a tão criticada argumentação sobre o tema descriminalizar, liberar e legalizar as drogas?

O filme apresenta quase didaticamente, da sua metade para o final, a diferença de todos estes conceitos. Tudo isso para mostrar que o assunto precisa ser discutido abertamente para a sociedade antes de se tomar uma decisão, tendo em vista que esta decisão deve levar em conta a situação financeira e cultural do país. Mas o fato é que o assunto precisa vir a tona, pois sabidamente do jeito que tá, não se pode ficar!

Não se pode criticar, na minha opinião, o documentário, de não apresentar um proposta, pois isso o pessoal se arrisca a fazer: Descriminalizar o usuário urgentemente. Isso deve começar, na opinião de todos os entrevistados. Agora, outras propostas como: 1) Legalizar as vendas, 2) Prover áreas para consumo ou 3) Prover a droga para o consumo apenas em instituições públicas, por exemplo, não se arrisca a fazer, mesmo porque o Brasil é um país muito atrasado na questão dos "lessons learned" - esse termo é meu, mas foi bem dito que pouco se experimentou fazer aqui para resolver de verdade o problema das drogas e do tráfico, com excessão da repressão.

Há algum problema no documentário? Na minha opinião o único problema é que ninguém que concorda com o modo de como a coisa é tratada atualmente foi ouvido / entrevistado. O "outro lado", mais uma vez, foi motivo apenas de chacota, com aparições de ex-presidentes norte-americanos, como Nixxon e os Bush. Podemos até não gostar deles, mas como esse é um documentário sobre uma questão séria, ouvi-los é direito que eles têm que deríamos respeitar.

De qualquer maneira, creio que os defeitos do documentário não deveriam ser motivo para não o assistirmos, pelo contrário: Toda a sociedade deveria participar mais sim, nesta questão crucial. Há muitas coisas lá que são bem explicadas e que eu gostei bastante, como por exemplo, as péssimas propagandas anti-drogas que temos - e o motivo de seus fracassos ao longo dos anos.

Nota - 7.5.
AriBL
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